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O grande desafio –Capítulo2: o motor de 4 tempos

Na Competição

Seja no asfalto, na terra, na lama ou na areia, um bom piloto deve estar preparado para enfrentar qualquer competição e corrida de moto. Esse universo radical está no DNA da Honda e realmente é para aqueles que são movidos pelo desafio. Acompanhe conteúdos especiais sobre os campeonatos nacionais e internacionais de motovelocidade e motocross como MotoGP, SuperBike e muito mais!

O grande desafio –Capítulo2: o motor de 4 tempos

Na Competição 17/05/2019
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O grande desafio
Parte 2
Piloto na pista do Campeonato Mundial com a Moto Honda NR 500

E no finalzinho de 1967 o mundo da motovelocidade tomou um susto: a Honda deixaria as competições do Campeonato Mundial, encerrando uma história de sucesso iniciada nove anos antes, coroada com nada menos do que 138 vitórias e 34 títulos mundiais conquistados até a inesperada decisão.

Oficialmente,a razão divulgada foi “concentrar esforços nas competições da Fórmula 1”. Porém, o real motivo foi a decepção de Soichiro Honda com a decisão da FIM–Federação Internacional de Motociclismo–de alterar o regulamento técnico de maneira significativa para a temporada de 1968.

O fundador da marca –ferrenho defensor das competições como maneira de evoluir tecnicamente –interpretou a manobra como um premeditado ataque à Honda, detentora de uma tecnologia que se mostrava evidentemente superior. O nivelamento por baixo dos regulamentos levou a empresa a deixar a cena da motovelocidade por uma longa década, até que um dia...

Ela voltou! E não da maneira fácil. Pelo contrário, optou pelo caminho das pedras, desenvolvendo uma máquina para a categoria principal, a 500cc, completamente inédita sob todos os pontos de vista. Mesmo se o regulamento ainda favorecesse a tecnologia de motores 2 tempos, tecnicamente mais simples, a Honda escolheu “espelhar” na principal modalidade de competição em motos o que vendia em suas concessionárias, ou seja, motos com motores 4 tempos.

Esta escolha se demonstraria equivocada se o ponto de vista fosse o do resultado imediato: as Honda NR 500,dotadas de motores 4 tempos, com 4 cilindros em V e pistões ovais passaram da conta em termos de inovação. Afinal, não era “só” o motor de pistões ovais (???) o elemento de diferenciação, mas também a parte ciclística, na qual se destacava um inédito chassi monocoque de liga de alumínio e o uso, pela primeira vez, de uma roda dianteira aro 16 quando o usual à época era o aro 18.

Toda esta inovação em vez de vitórias resultou em um outro tipo de conquista, a ser colhida no longo prazo. Mesmo se a glória de pisar no degrau mais alto do pódio não veio, as tecnologias desenvolvidas nos três anos de duração da participação das revolucionárias NR 500 em competições deram à Honda um conhecimento técnico ímpar, que foi a base do futuro sucesso nas pistas. 

O fracasso da NR 500 resultou na NS 500, uma motocicleta inovadora, mas dotada de um motor 2 tempos, de três cilindros em V. Teria a Honda revisto sua convicção nos 4 tempos como a solução técnica mais adequada? Não: toda a produção de motocicletas de continuou equipada com os robustos e confiáveis 4T. Mas, no duelo no Mundial de Motovelocidade da categoria principal, a 500, a Honda reconheceu que a vitória só viria se “jogasse o jogo” da regulamentação técnica vigente, que favorecia os motores 2T. Além da bela exibição de humildade, a volta da Honda ao Mundial de Motovelocidade mexeu com a estrutura vigente, trazendo para as pistas uma das mais espetaculares motocicletas de competição de todos os tempos, a tricilíndrica Honda NS 500.