Quer entender um pouco mais sobre o funcionamento e manutenção de motos? Aqui você encontra dicas e cuidados que precisa ter com a sua motocicleta, passando por acessórios, peças, revisões equipamentos e muito mais.
O ano de 2008 foi marcado pela chegada de uma importante inovação técnica na CG, o modelo mais vendido da Honda no Brasil: a substituição do carburador pela injeção eletrônica.
Lembrar deste fato atualmente pode parecer banal, afinal se tratava de uma mera modernização técnica. Todavia, naquele momento introduzir o sistema de injeção eletrônica em seu modelo "best-seller" exigiu da Honda não apenas um primoroso estudo, sempre presente em qualquer aperfeiçoamento técnico realizado pela engenharia da empresa, como também outro ingrediente menos comum: uma não indiferente dose de coragem.
Porquê coragem? De moto carburada a moto injetada, o salto tecnológico seria grande, e para explicar melhor será preciso voltar no tempo, mas exatamente aos primórdios da Honda, os anos que sucederam sua fundação em 1948.
Naquela época os motores ciclo 2 tempos eram predominantes nas motocicletas de pequena cilindrada em todo o planeta, por serem mais fáceis de construir e oferecerem melhor desempenho.
Todavia, SoichiroHonda não estava de acordo com tal filosofia: para ele os motores 2 tempos eram sinônimo de fumaça, ruído excessivo e desperdício de combustível. Tal pensamento o levou a investir em projetos de motores 4 tempos de baixa cilindrada que fossem potentes, econômicos e confiáveis.
Os problemas inerentes à tal opção –o maior número de peças móveis domotor 4 tempos–implicava em dificuldades de projeto e montagem, além de exigir melhor treinamento dos mecânicos, mas issonão alterou a crença do fundador. Todas estas dificuldades foram superadas com muito trabalho e um rigor inédito no controle de qualidade.
A perseverança de Soichiro, que não se intimidou com dificuldades, foi a sorteda Honda que imediatamente obteve o reconhecimentocomo fabricante de motocicletas de qualidade superior, que as mantinha longe das oficinas.
Voltemos agora a 2008, à citada coragem aplicada na troca do carburador pela injeção eletrônica da CG made in Manaus: indiscutivelmente de funcionamento mais eficaz, a injeção eletrônica garantiria ao modelo maior desempenho e economia de combustível. Porém, pairava sobre tal alteração uma grave dúvida: como reagiria o cliente da CG, habituado a ele mesmo realizar a manutenção do velho (e até então bom...) sistema de alimentação por carburador, por outro sistema bem mais sofisticado?
Carburadores são componentes ao mesmo tempo geniais e malditos. Quando novos funcionam bem, exigindo apenas limpeza periódica e ajustes simples. Porém, com o tempo, o desgaste e as frequentes desmontagem vão minando a eficiência e ele vira uma central de problemas, foco de dores de cabeça e despesas.
Substituir carburadores pela injeção eletrônica era devido, portanto, mas... e o medo de contrariar os muitos clientes da CG, especialmente os que residem em localidades remotas, sem acesso fácil a oficinas de bom padrão técnico ou até mesmo oficina nenhuma?
A solução foi aplicar a filosofia do fundador Soichiro, ter coragem de adotar a melhor tecnologia. E assim a CG,em 2008,ganhou um sistema de alimentação moderno, sofisticado e, ao mesmo tempo, tremendamente eficaz, isento de falhas, simplesmente graças à elevada qualidade empregada no projeto e realização.
Não foram poucos os que se mostraram relutantes em aceitar que a Honda CG, a motocicleta que revolucionou a mobilidade de brasileiros de todos os cantos do país, abdicasse da simplicidade do carburador em favor da sofisticação da injeção eletrônica. "Não vai dar certo", pensaram eles. Hoje, mais de uma década depois desta "ousadia", só há motivos para comemorar. A CG continua a best-seller do mercado brasileiro, cada vez melhor, mais econômica, moderna e sobretudo confiável como sempre foi.