A tecnologia e a inovação são fundamentais para a evolução das motocicletas e para a mobilidade urbana, impactando diretamente o dia a dia das pessoas. Por isso, estar sempre atualizado do que acontece no mundo das motos te deixa um passo à frente em todos os sentidos.
Quem chegou ao mundo da motocicleta recentemente talvez nem tenha ouvido falar do carburador, um componente fundamental para o motor, que foi substituído pela injeção eletrônica.
Para entender como funciona um carburador de moto o melhor exemplo é pensar em um spray aerossol, aquela lata que pode conter desodorante, inseticida ou tinta. Quando apertamos a válvula, o conteúdo líquido é expelido por ar sob pressão em forma de pequenas gotículas.
O carburador serve exatamente para isso, transformar o combustível contido no tanque em uma névoa, na qual a maior parte é composta por ar – em geral de 8 a 15 partes de ar para uma de gasolina ou etanol –, processo também conhecido por pulverização ou atomização.
Quando esta névoa de combustível chega ao interior da câmara de combustão ela é comprimida pelo movimento do pistão, e explode assim que a vela solta a faísca, gerando a energia que, transformada em trabalho mecânico, movimenta a roda.
Quanto mais bem ajustado estiver o carburador, melhor será a qualidade da mistura ar-combustível, e por consequência, o funcionamento do motor. Alimentado corretamente em todo o arco de rotação útil, das mais baixas rotações às mais altas, o motor proporcionará performance e economia.
A mágica que acontece nas entranhas do carburador merece ser descrita: em um pequeno reservatório chamado de cuba armazena o combustível, cujo nível é controlado por uma minúscula boia, bem parecida com as usadas nas caixas d’água. Desta cuba o combustível é, literalmente, sugado pela ação de bombeamento do pistão do motor vinculada à abertura do acelerador, e passa por uma tubulação finíssima onde se mistura com o ar em proporções adequadas.
Parece simples, mas não é. A regulagem do carburador de moto era – e ainda é – uma arte, uma vez que uma série de fatores (qualidade do combustível, seu tipo, assim como a temperatura ambiente e a altitude em relação ao nível do mar do local onde o motor está funcionando) afeta as propriedades da mistura ar-combustível e, portanto, o funcionamento do motor.
Deste modo a regulagem correta de um carburador era algo aproximativo, um componente “temperamental”, bem diferente da injeção eletrônica, que corrige seus parâmetros de funcionamento através da leitura dos sensores e atua perfeitamente esteja calor ou frio, em altitude ou não.
Na prática, a injeção eletrônica acabou com uma rotina de todo o motociclista do passado: limpar o carburador da moto periodicamente, o que implicava em desmontagem para remover os resíduos que prejudicavam o bom funcionamento. Um procedimento delicado, que quase sempre obrigava à troca de componentes como mangueiras, juntas e, claro, à uma nova regulagem.
Componente genial, fascinante pela sua complexidade, carburadores foram extintos na atual produção de motos Honda em prol da praticidade de manutenção – mínima nos sistemas de injeção eletrônica – do consumo menor, regularidade de funcionamento e diminuição na emissão de poluentes.