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Como frear, capítulo 2: scooters

Na prática

Para você que busca o prazer a bordo de uma motocicleta, com o melhor desempenho e performance sobre duas rodas, a Honda oferece os melhores conteúdos com dicas de segurança, economia e pilotagem de motos. Saiba tudo sobre o assunto e aplique seus conhecimentos na prática.

Como frear, capítulo 2: scooters

Na prática 21/12/2020
Piloto mostrando como frear scooter PCX em pista molhada

Neste segundo capítulo da série “COMO FREAR”, o foco será sobre a frenagem das scooters, veículos que tem peculiaridades se comparados às esportivas e estradeiras das quais tratamos no capítulo anterior.

A intenção do que virá a seguir não é apenas dar indicações teóricas, que se bem absorvidas e treinadas, adicionarão mais técnica à sua pilotagem e, claro, mais segurança. Aprender como frear scooters corretamente está diretamente relacionado ao domínio do guidão e segurança, o que resultará uma pilotagem mais prazerosa.    

Cada vez mais gente é atraída para o mundo das duas rodas, e portanto a estreia destes novos condutores nas scooters exige absorção de conhecimento teórico e treino, muito treino. Mesmo quem já tem experiência em motos deve lembrar que as scooters exigem uma pequena adaptação para serem bem pilotadas – e freadas! –, e este fato vai um pouco além da diferença mais óbvia entre motos e scooters, já que em vez de usar o pé direito para acionar o freio traseiro, nas scooters é a mão esquerda que entrará em cena. Agora, às dicas...

1ª dica: também nas scooters o freio QUE MANDA NA FRENAGEM é o dianteiro. Porém, o freio traseiro ganha importância por causa da distribuição de peso diferente. Nas scooters há maior percentual de peso concentrado atrás, e assim a frenagem correta deve acontecer usando ambos comandos, com o freio dianteiro sendo aplicado com cerca de 10 a 20% a mais de força que o traseiro.

2ª dica: treine para entender como cada comando de freio atua. Procure um lugar seguro e, em baixa velocidade, aumente a pressão nas alavancas gradualmente para conhecer o limite de cada comando, o momento no qual a roda trava, e que deve ser evitado a todo custo. Algumas scooters mais modernas tem sistema de freio ABS – os SH e X-ADV em ambas rodas, nas PCX, dependendo da versão, só na frente assim como na ADV. E há as PCX e ELITE, que tem o CBS. Tais sistemas sempre ajudam, mas é sempre preciso atuar nos dois comandos para uma frenagem perfeita.   

3ª dica: na comparação com motos a dinâmica das scooters é diferente, não só por causa do maior peso concentrado atrás. As rodas são menores e as suspensões tem curso curto. Isso implica em maior sensibilidade às imperfeições do piso. Portanto, em terrenos muito irregulares, comece a frenagem pelo freio traseiro para, depois, atuar no dianteiro. Isso evita que a frente afunde de modo muito acentuado na primeira fase da frenagem, o que prejudicaria o equilíbrio, a estabilidade da scooter.

4ª dica: nas scooters a falta do tanque entre as pernas deve ser compensada para firmar corpo e buscar o equilíbrio nas frenagens mais fortes. Seja nas scooters de assoalho plano ou nas que tem túnel central, que separa um pé de outro, serão os pés os responsáveis na busca do melhor apoio, coisa feita pelos joelhos contra o tanque nas motos. Importante lembrar que scooter e piloto devem sempre formar um conjunto único, tanto em curvas como em frenagem!  

5ª dica: como nas motos, frear antes das curvas deve ser sempre com a scooter em pé, com zero de inclinação. Porém, rodas menores tem efeito giroscópico idem; neste espaço não será possível explicar mais sobre leis da física e suas implicações, mas dá para avisar que nas scooters usar de leve o freio traseiro da entrada até a metade da curva não é pecado, aliás, é benéfico: compensa o menor efeito giroscópico, que nas motos ajuda a inclinar, e a curvar!

Consideração final: seja sua scooter nova ou mais antiguinha, de roda pequena, aro 10 polegadas, ou grandona, aro 16, é fundamental que se tenha em mente que os projetistas criaram um veículo com a finalidade de ser prático, mirando especialmente em uso urbano. Portanto, por melhores que sejam pneus, suspensões e chassi, uma scooter é dinamicamente mais limitada que uma moto. Isso demanda uma conduta ao guidão adequada, suave, sem freadas exageradamente fortes, nada de pilotagem esportiva. Nas scooters, o limite chega mais cedo.   

IMPORTANTE: frear certo e bem depende de treino, de seguir as dicas acima, mas também de fatores como postura sobre a scooter, manutenção correta (pneus, suspensão e, claro, pastilhas e lonas) e principalmente da compreensão que antecipar, prevenir, é melhor do que remediar. Scooters como as motos tem apenas dois pequenos pontos de contato com o solo quando em movimento, e ainda por cima tem rodas menores, uma realidade que exige cuidado e não se altera por melhor que seja a técnica da frenagem.