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Honda CBR 900RR Fireblade: a moto superesportiva reinventada

Clássicos

As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.

Honda CBR 900RR Fireblade: a moto superesportiva reinventada

Clássicos 09/05/2023
Moto Honda CBR 900RR Fireblade de 1992

Há 30 anos a Honda assombrou o mundo das motos superesportivas ao lançar a CBR 900RR Fireblade, modelo que instituiu o conceito batizado de “Total Control”. E se você estranhou o jeito que escrevemos Fireblade, com “B” maiúsculo no meio da palavra, saiba que essa foi a grafia oficial até o modelo 2002; primeira das muitas peculiaridades sobre esta moto lendária que você vai ficar sabendo aqui...

Baixo peso a seco e dimensões compactas eram os alvos prioritários do projeto. A meta foi alcançar no mínimo 190 kg a seco. Fizeram melhor, 185 kg, cifra que permaneceu recorde na categoria até 1998. Ser 40 kg mais leve que as 1.000 cc da época já foi um fato surpreendente, mais ainda ter apenas dois quilos a mais (!!!) em ordem de marcha do que a Honda CBR 600F2 de então.

A receita do motor quatro cilindros em linha desta primeira “Blade” da história ajudou na leveza e pequenas dimensões: tinha exatos 893 cm3 e potência máxima de 125 cv, derivava de um motor 750 com pistões de diâmetro maior. O bloco era apenas 50 mm mais largo do que o do motor da CBR 600F.

O número mágico da performance em qualquer veículo – sua majestade a relação peso-potência – era de 1,48 kg/cv na Fireblade contra os 1,84 kg/cv da CBR 1000F, o que fazia da CBR 900RR uma máquina excitante, divertida e fácil de pilotar.

Era justamente essa a intenção de Tadao Baba, motociclista dos bons (foi campeão japonês de motovelocidade na categoria 125), ao conceber a Fireblade ele simplesmente atendeu seu gosto pessoal por motos essenciais, potentes, mas fáceis de pilotar. Total Control.

A CBR 900RR Fireblade não tinha nenhuma eletrônica (a não ser o CDI, lógico). Foi a primeira Honda ser projetada usando o auxílio de computadores, o CAD – Computer Aided Design, e seu chassi de dupla trave de alumínio e a balança de suspensão traseira se valeram desta tecnologia para serem peso-pena e resistentes ao mesmo tempo. No mais, nada demais: suspensão dianteira convencional com roda aro 16, que permitia maior agilidade em entrada de curva.

Na aparência a Fireblade pioneira foi se destacava por dois aspectos estilísticos inovadores: grafismos que reproduziam um efeito de pincelada raivosa e os típicos orifícios circulares na parte frontal e inferior da carenagem, 68 deles com 8 mm de diâmetro, recurso que veio das pistas do mundial de motovelocidade, das Honda NSR 250RW, e que favorecia as mudanças de direção.

Enfim, com a CBR 900RR Fireblade a Honda reinventou as superesportivas, criando uma moto com patada de 1000 e corpinho de 600. Uma máquina simples, essencial e terrivelmente eficiente.

O exemplar que você vê nas fotos (à exceção da imagem com Tadao Baba posando ao lado de sua cria) foi garimpado pela Honda Motos no Brasil, impecavelmente restaurado (fará parte do acervo do Museu do CETH em Indaiatuba, SP) e utilizado na campanha de lançamento da edição comemorativa de 30 anos da Fireblade (com ”B” minúsculo).

O raro exemplar foi pilotado por Eric Granado e Leandro Mello, unânimes em afirmar que, apesar de ter três décadas no lombo, a Honda CBR 900RR Fireblade de 1992 continua uma moto incrível, excepcional. Um verdadeiro marco na história da moto moderna.