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Honda XL 125 Duty: a trail para o trabalho

Clássicos

As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.

Honda XL 125 Duty: a trail para o trabalho

Clássicos 18/08/2021
Moto Honda XL 125 Duty Trail Branca

No final dos anos 1980 a Honda oferecia aos brasileiros uma nobre família motos on/off-road, formada pela rainha XLX 350R, a princesa XLX 250R e a princesinha XL 125S, modelos que povoavam corações e mentes dos aficionados pelas motos trail.

Era uma época onde a prática do fora de estrada estava “bombando” em eventos de grande visibilidade como o Enduro da Independência, do qual uma pequena parte dos donos das Honda participava. Os que não conseguiam colocavam suas XL e XLX nas trilhas nos finais de semana, e quem não fazia nada isso, certamente pensava em fazer.

Foi então que a Honda enxergou longe, e percebeu que era hora de aumentar sua estirpe de trails, mas não com outra “nobre”, mas sim com uma trabalhadora plebeia, destinada a atender um pequeno nicho de usuários que precisava de um veículo para o trabalho no campo. Assim nasceu a Honda XL 125 Duty, nome que significa “trabalho”, em inglês

A chegada nas concessionárias da trailzinha aconteceu no final de 1987. O conceito era novo, mas as raízes conhecidas: a base da novidade foi a pequena e leve (favorita do público feminino...) XL 125S, que para virar Duty recebeu alterações visando o uso profissional, mas preservando integralmente a mecânica e parte ciclística

Equipada com o robusto motor monocilindro OHC de 125cc e câmbio de cinco marchas – o mesmo da ML e Turuna – a XL 125 Duty tinha potência máxima declarada de 14 cv a 9.500 rpm, e torque de 1,1 kgf.m a 8.000 rpm, cifras mais do que suficientes para uma moto que pesava pouco mais de 100 kg. Todavia, em vez de usar uma transmissão final que privilegiava velocidade, a XL 125 Duty se valia de um pinhão de 14 dentes e uma coroa de 56, o que a fazia quase que subir em paredes.

A suspensão dianteira com 200 mm de curso e a traseira de sistema bichoque, com 165 mm de curso, davam plena conta do recado em terrenos irregulares, ajudadas nisso pelas rodas aro 21” à frente e 18” atrás, calçadas com pneus mistos.

Entre as singularidades da XL 125 Duty uma das mais visíveis era o banco, curto, largo e macio, destinado apenas ao condutor, além dos aparatos “de trabalho” como o grande bagageiro traseiro e um menor, na dianteira, acima do painel, pensados para transportar ferramentas de trabalho nas atividades típicas de uma moto para a roça. Protetor de manetes feito de tubo de aço e “mata cachorro” do mesmo material protegiam mãos e pés do piloto, enquanto o cárter do motor era coberto por uma placa de alumínio.

Para facilitar o para e anda nos terrenos irregulares, os técnicos da Honda aplicaram dois cavaletes laterais na XL 125 Duty, o convencional do lado esquerdo e um suplementar, do lado direito. Complemento final do modelo era o para-lama dianteiro, dotado de um amplo para-barro de borracha, útil para manter livre da lama quem está rodando na terra não para se divertir, mas sim para trabalhar.

Honda XL 125 Duty ficou em produção de meados de 1987 até o final de 1994, tendo sido vendidas 18.487 unidades, todas elas brancas com o nome “DUTY” aplicado no tanque. Elas praticamente não receberam nenhum tipo de modificação técnica ou estética durante os anos de produção, à exceção dos grafismos, cor das proteções, bagageiros e banco (inicialmente azuis, depois pretos), e do farol retangular que substituiu o redondo nas derradeiras unidades.

Em função da destinação profissional do modelo, atualmente é muito difícil encontrar uma Honda XL 125 Duty em perfeito estado de conservação, pouco rodada, o que torna um exemplar em perfeito estado de conservação ou restaurado muito valorizado.