Explorar o mundo sob duas rodas com a Honda, seja na pista ou na estrada de terra é uma experiência única para os motociclistas. Entender um pouco mais dessas aventuras e ficar por dentro de dicas sobre passeios, viagens e roteiros de motos vai te fazer curtir esses momentos de lazer de uma forma ainda melhor.
Quando decidiu cruzar o Brasil de ponta a ponta, José Albano apostou na confiabilidade da Honda ML 125 para encarar milhares de quilômetros de estrada. Sua decisão se baseou em três pilares:
Com pouco mais de 60 kg e já passando dos 50 anos de idade, Albano escolheu a ML 125 por ser uma moto leve, de fácil manutenção e capaz de oferecer o que ele mais precisava: autonomia, resistência e baixo custo em todos os sentidos.
Pressa? Nenhuma! Fotógrafo de alma, José Albano precisava esquadrinhar a paisagem e, muitas vezes, esperar a luz certa para o melhor “click”. Com velocidade máxima de 110 km/h e velocidade de cruzeiro entre 70-80 km/h, a Honda ML 125 não foi feita para correr, mas para contemplar.
Albano sabia que ultrapassagens seriam raras e ser ultrapassado seria rotina — mas era justamente esse ritmo que lhe permitia aproveitar cada quilômetro percorrido.
Preparativos para uma longa jornada
Determinada a ir longe, a dupla José Albano e ML 125 passou por algumas adaptações:
Sim, a barraca! A primeira viagem de Albano ensinou que dormir em dormitórios de caminhoneiros podia ser traumático. Assim, passou a levar sempre uma pequena barraca, colchonete, saco de dormir e cozinha portátil, garantindo autossuficiência total.
Assim preparados, José Albano e sua Honda ML 125 esquadrinharam o Estado do Ceará de ponta a ponta, e seguiram para o resto do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. As viagens duravam meses — três, quatro, cinco — e somavam milhares de quilômetros, sempre em estradas secundárias, menos movimentadas e mais belas.
O padrão era simples: dormir atrás de um arbusto à beira da estrada, em quintais de amigos feitos no caminho ou, na maior parte do tempo, sob o céu estrelado. Albano tornou-se íntimo da solidão, da paz e da contemplação.
Manual do Viajante Solitário: a experiência de José Albano em livro
Aos 75 anos, José Albano continua viajando com a mesma Honda ML 125. A manutenção é cuidadosa, mas a estética pouco importa: o que interessa é seguir rodando.
Em 2010, ele decidiu compartilhar seu vasto aprendizado em um livro inspirador: Manual do Viajante Solitário (Terra da Luz Editorial). Muito mais que um guia prático para quem deseja viajar de moto, o livro é um convite a encarar a estrada e a vida com novos olhos.
Frases inspiradoras do Manual do Viajante Solitário
Algumas frases marcantes retiradas do Manual do Viajante Solitário resumem bem a filosofia de José Albano:
“Na moto estou imerso na paisagem, curtindo a enxurrada de estímulos visuais que se sucedem enquanto avanço, um cinema real, ao vivo e a cores. Estou também imerso no clima, onde enfrento, com meu corpo, sol, chuva, vento, calor, frio... sinto cheiros e ouço as vozes da natureza!”
“A meta, que pode parecer aos outros muito longe, inatingível, é quebrada em pequenas metas marcadas em quilômetros, em cidades do roteiro, em horas de pilotagem. Cada dia é uma viagem em si. Não é o ‘chegar’ o mais importante, é o ‘estar a caminho’ que é importante!”
“Viajar de moto nos arranca do mundo seguro e protegido em que vivemos o nosso dia a dia no conforto de nossas casas dentro das cidades e joga nosso corpo de encontro ao mundo, enquanto, na solidão do capacete, nos joga de encontro a nós mesmos.”
“Na estrada tenho oportunidade de escutar meu pensamento, a oportunidade de estar comigo durante horas seguidas, dias seguidos, sem a interrupção do trabalho, da família, dos amigos, do telefone, da TV. Dentro do capacete falo sozinho, canto, digo poemas que sei de cor, choro e dou risadas na medida em que se desenrola a fita da memória de bons e maus momentos que vivi.”
“Sobre a moto, solto nas estradas, tenho a oportunidade de arejar a cabeça, de reciclar minha vida, rever o passado, planejar o futuro enquanto desfruto de rara oportunidade de estar imerso no presente. Aproveito este estado de consciência para definir prioridades, mudanças para quando voltar para casa, como melhorar as coisas, o que fazer pela qualidade de minha vida... Viajando de moto me dou a oportunidade de passar minha vida a limpo, enfim...”