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XL 250R, a mãe de todas as trail

Clássicos

As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.

XL 250R, a mãe de todas as trail

Clássicos 29/01/2019
Moto Honda XL 250R vermelha com banco preto

A febre das motocicletas trail no Brasil atingiu sua temperatura mais alta em 1982, ano em que chegou às revendas a Honda XL 250R. O modelo chocou, estabelecendo um padrão até então inédito no segmento. Naquela época colocar motos na trilha, seja por lazer ou para competir nas crescentes provas de enduro, era uma coisa que todos queriam fazer.

Altamente tecnológica se comparada com o que havia no mercado nacional até então, a XL 250R começou a ser vendida no Brasil com mínima diferença de tempo em relação ao seu lançamento mundial. Naquele ano a Honda havia conquistado pela primeira vez a vitória no Rally Paris-Dakar com a XR 550, motocicleta da qual a novidade herdava muitas características, e isso certamente ajudou a tornar a novidade ainda mais desejada.

Um destaque do modelo eram as suspensões de longo curso: 215 mm na dianteira era um número incomum assim como a assistência pneumática, que permitia regulagem da rigidez do sistema através de bicos instalados no topo das bengalas, iguais aos de câmaras de ar de pneus. Na traseira, estrearia no Brasil através da XL 250R a consagrada suspensão traseira Pro-Link®, que oferecia excursão de 195 mm à roda através de um único conjunto mola-amortecedor ligado a um sistema de bieletas, que proporcionava progressividade incomum ao amortecimento.

Quanto ao motor, o monocilindro OHC refrigerado a ar de 248 cm3 contava com cabeçote de quatro válvulas, escapamento de saída dupla e rendia 22 cv de potência máxima e 2,1 kgf.m de torque, números que situavam a XL 250R em um patamar de superioridade ante à concorrência.

A Honda XL 250R logo se transformou no objeto do desejo de uma ampla variedade de motociclistas que entenderam ser o modelo uma espécie de “moto-camaleão”: servia para o dia-a-dia pela economia oferecida pelo motor, servia para viagens por causa da bem estudada posição de pilotagem e conforto das suspensões. Nos finais de semana, permitia escapadelas por estradas de terra sem absolutamente nenhuma modificação.

Tamanha versatilidade logo fez muitos perceberem o lado esportivo do modelo e a XL 250R foi intensamente usado em competições, não só no enduro mas também no motocross: batava trocar os pneus originais on-off por outros 100% off-road que a “xiselona” virava uma arma para encarar qualquer terreno, e não foram poucos os que foram além. Rodas e guidão de alumínio, tanque de plástico e outros acessórios a tornavam ainda mais competitiva em uma época onde os modelos especiais, específicos para a prática do off-road, estavam com sua importação proibida.

A XL 250R foi a precursora de uma linhagem de motocicletas de grande sucesso, reconhecidas pela versatilidade e robustez incomparável. Ela pode ser considerada a mãe de todas as trail do Brasil, a moto que ensinou que caminhos difíceis nem sempre são sinônimo de problemas mas sim de muita diversão.