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Honda CB 50, a grande pequena

Clássicos

As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.

Honda CB 50, a grande pequena

Clássicos 22/06/2022

Quem passasse na frente de qualquer concessionária Honda brasileira no comecinho dos anos 1970 tomava um susto. Quando a marca decidiu se instalar no país veio literalmente “com tudo”, e as propagandas da época faziam questão de deixar isso claro, lembrando que a oferta de motos da marca era sem igual, indo da pequena 50cc à poderosa 750cc, uma variedade incomum para a época.

É claro que no saguão das lojas a lendária CB 750 Four era a estrela, a grande “garota propaganda” da Honda, por ser um modelo sem concorrentes, que estabeleceu um padrão técnico superior, considerada a “mãe das superbikes”. Porém, uma pequena 50 cc também entrou para a história, conquistando o coração da juventude da época.

Lançada no Japão na metade de 1971, a Honda CB 50 chegou ao Brasil no início de 1973 (apenas dois anos após o início das vendas de motocicletas importadas da marca no nosso país) e deixou a molecada de boca aberta pois nenhuma cinquentinha de então apresentava um nível tecnológico tão alto. O motor era um inédito da CB 50 monocilindro 4 tempos, com comando no cabeçote (OHC). Em em vez de trazer o cilindro horizontal como em sua antecessora, a Honda SS 50V (semelhante ao da Pop 110i, por exemplo), o cilindro era vertical, ou seja, uma arquitetura de motor “de moto grande”. Idem o chassi, tubular de aço e não estampado. O escape também chamava atenção por seu formato de megafone, e o mesmo valia para o banco, curtinho e com uma leve elevação na porção final. O tanque de combustível, com 7 litros de capacidade, era estreito e comprido, o que dava à CB 50 um ar de total esportividade.

Mesmo com todos estes itens tecnologicamente avançados para uma 50 cc, o componente mais atraente da CB 50 era o painel de instrumentos, com dois mostradores circulares, um velocímetro com escala até 120 km/h à esquerda e contagiros à direita, no qual a faixa vermelha ia dos 11 aos 12 mil rpm. Nenhuma cinquentinha daquele tempo tinha um painel deste tipo, e que era complementado por um padrão de acabamento afinado com o das Honda mais poderosas. Aliás, quando exposta ao lado da CB 750 Four, a CB 50 deixava claro que – apesar das dimensões menores –, o DNA era o mesmo.

Quanto ao desempenho a Honda CB 50 também se destacava, com seus 6 cv de potência sendo mais do que suficientes para os pouco mais de 80 kg de peso a seco. Outro ponto alto do modelo era o câmbio de cinco marchas, cuja precisão dos engates se tornou uma referência da categoria.

A CB 50 permaneceu à venda de 1973 até 1976, formando uma geração de jovens motociclistas que se tornaram extremamente exigentes em virtude das qualidades desta pequena Honda, entre as quais também estava a proverbial confiabilidade da marca. Quando as importações de veículos no Brasil foram proibidas os clientes tomaram um susto, mas decisão governamental de que acabou com as CB 50 e o restante da linha foi logo foi substituída por uma grande notícia: a da inauguração da fábrica da Honda em Manaus, AM, o que resultou no grande crescimento do mercado da motocicleta no Brasil. Quando se diz “há males que vem para o bem” ... foi exatamente esse o caso!