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O imediato sucesso da Honda no mercado brasileiro em boa parte se deveu a três letrinhas: OHV, sigla do inglês Over Head Valves (válvulas no cabeçote), que foi a opção técnica escolhida para o motor que equipou as CG 125, Made in Manaus, produzidas a partir do dia 4 de outubro de 1976 até meados dos anos 2000.
Os mais antenados motociclistas brasileiros daquela época estranharam esta opção pelo Honda OHV, diferente do motor OHC – Over Head Camshaft (comando de válvulas no cabeçote) ao qual estavam habituados, e que equipava os dois modelos de Honda 125 vendidos até então no Brasil: a luxuosa CB 125 moto de dois cilindros(https://www.honda.com.br/motos/blog/moto-honda-cb-125-elegante-bicilindrica) e a ágil monocilíndrica CB 125S.
O contexto histórico da escolha do motor OHV no Brasil
Para entender a escolha desse sistema OHV e não do conhecido OHC da CB 125S para a estreia da produção no Brasil é preciso dar uma breve marcha a ré na história, até o comecinho dos anos 1970. Naquela época foi realizado um grande estudo mirando a expansão do uso da motocicleta em países em rotas de desenvolvimento, especialmente no Sudeste Asiático e América do Sul. E foi justamente o Brasil o local selecionado para receber uma fábrica da Honda.
Para esta “expansão do uso da motocicleta” era importante, basicamente, ampliar a robustez facilitar a manutenção. Por conta disso surgiu o motor OHV, pensado justamente para localidades nas quais a utilização da moto seria extrema, tanto pelo clima quanto pela falta de acesso a oficinas especializadas. A má qualidade do combustível e o limitado conhecimento de mecânica dos novos clientes eram outros fatores que determinaram a opção pelo comando de válvulas no cabeçote.
Felizmente, a excelência do projeto garantiu que todas as características positivas fossem alcançadas pelo motor OHV sem praticamente nenhuma desvantagem em comparação ao OHC. A potência alcançada foi praticamente a mesma – apenas um cavalo a menos – mas as vantagens em termos de manutenção logo se confirmaram.
Com o comando de válvulas situado no bloco do motor, que acionava robustas varetas metálicas – e daí o apelido “varetado” –, o motor OHV apresentava um cabeçote muito simples. Já no OHC o cabeçote, abrigando um conjunto com comando de válvulas (acionado por corrente metálica), balancins e, claro, as válvulas, era naturalmente mais complexo, solução mais sofisticada tecnicamente falando, que favorecia desempenho, mas demandava maior atenção na manutenção.
A engenharia por trás da durabilidade das primeiras CG
Além do sistema OHV, o motor das CG pioneiras traziam outras características voltadas para a durabilidade, como a espuma para filtro de ar, o câmbio reforçado de 4 marchas e chassi de aço tipo Diamond. Como mostrou a história, a CG 125 lançada no final de 1976 no Brasil se consagrou como uma moto Honda sólida, de manutenção mínima e que pouco exigia em termos de conhecimento mecânico. Para completar, era uma campeã em economia e grande capacidade de rodar por estradas mal conservadas. Logo se tornou a motocicleta mais vendida – e mais querida – do Brasil, posição que ocupa até os dias de hoje.
Os motores OHV equipou as CG 125 e, sucessivamente, a Honda CG 150, por praticamente três décadas. Foi substituído pelo motor OHC uma vez que sua missão principal, a de expandir o uso da moto e, de quebra, ensinar gerações de motociclistas e mecânicos sobre a arte da manutenção e do uso correto da moto, foi cumprida. Até os dias de hoje o motor Honda OHV é reconhecido como uma joia mecânica, o primeiro degrau de uma longa dinastia de motores simples, econômicos e eficientes que são a marca registrada de absolutamente todas as mais de 15 milhões de Honda CG produzidas em Manaus.
motor com aletas de refrigeração e o câmbio
diagrama técnico de um motor de combustão interna
desenho técnico explodido de um motor de moto