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Honda CBX 1050: a lendária seis cilindros

Clássicos

As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.

Honda CBX 1050: a lendária seis cilindros

Clássicos 18/04/2022

Existe uma motocicleta que foi capaz de rivalizar com a lendária CB 750 Four em termos de protagonismo, inovação técnica e poder de sedução? Sim, seu nome é Honda CBX 1050. Lançada no começo de 1978, a particularidade técnica que surpreendeu os motociclistas da época foi o incrível motor DOHC de seis cilindros em linha.

Até então os maiores motores para motos Honda eram os de quatro cilindros, mas nenhum deles ultrapassara a cifra dos 100 cavalos de potência. Com a chegada da CBX 1050, esta mágica marca foi superada; 105 cv de potência declarada, que fizeram dela a moto de série mais veloz de sua época.

Para conceber o inédito motor de seis cilindros em linha, a Honda não pensou duas vezes, e convocou uma lendária figura de sua equipe de técnicos, Soichiro Irimajiri, um engenheiro aeronáutico que entrou na Honda recém-formado em 1963.

Com apenas 25 anos de idade, menos de um ano depois de sua contratação, Irimajiri realizou projetos de motores que entraram para a história. O mais famoso foi o seis cilindros em linha DOHC de 250 cc, que equipou a Honda RC 166 campeã do mundo com o britânico Mike Hailwwod. Máquina incrível, capaz de alcançar 62 cv de potência máxima a 18.000 rpm, até hoje reverenciado por sua performance e inesquecível som que saia de seus seis escapes.

Com esta joia mecânica no currículo, além de outras, criar o motorzão da CBX 1050 não foi um problema para Irimajiri. Porém, os primeiros protótipos da CBX “Six”, como ficou conhecida nos EUA, mostraram que a soberba potência colocava em crise a parte ciclística. Freios, suspensões e chassi eram exigidos demais, e o trabalho de afinação determinou que o peso teria que ser drasticamente reduzido, e muitos componentes passaram a ser produzidos em liga-leve de alumínio.

O próprio Soichiro Honda deu um pitaco que fez toda a diferença: ele exigiu que o motor de seis cilindros fosse bonito, chamativo, e que ficasse bem exposto, e daí a opção de não usar o chassi berço duplo da CB 750F, mas sim um tipo Diamond no qual o motor tivesse papel estrutural. Deste modo, sem os tubos do chassi diante dos escapamentos, a ordem do fundador foi atendida e o imponente motor ficou em destaque.

Um aspecto técnico importante desse motor foi a contenção da largura a níveis mínimos: mesmo tendo dois cilindros e 300 cc a mais do que o motor da CB 750 Four, o motor da CBX 1050 era apenas cinco centímetros mais largo. Capaz de alcançar os 220 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos, a CBX 1050 reafirmou o domínio técnico da Honda e inaugurou uma nova geração de motores cuja receita – duplo comando no cabeçote e quatro válvulas por cilindro –, resultou nas lendárias CB 750F, CB 900F e CB 1000F que consolidaram a superioridade da tecnologia dos motores Honda à época.

Peça de coleção das mais cobiçadas, fabricada em poucos exemplares de 1978 até 1982, a CBX 1050 é famosa pela espetacular arquitetura de seu potente motor, praticamente isento de vibrações, característica dos motores de seis cilindros em linha , mas principalmente pelo urro de seus escapes, uma verdadeira “sinfonia” que segue até hoje exclusiva e jamais igualada.