As motos clássicas da Honda têm muita história para contar, com direito à curiosidades e momentos nostálgicos que te levarão em uma viagem no tempo. Afinal nossas motos antigas são únicas e dão vida aos novos modelos da Honda.
No final dos anos 1960 a Honda já era a maior fabricante de motos do planeta e havia construído uma excepcional fama técnica através de seus motores duráveis, econômicos e de excelente performance. Tal sucesso se media tanto pelas vitórias em competições como pelas ótimas vendas nos cinco continentes.
Grande parte dos mais de 10 milhões de motores produzidos pela Honda nos primeiros 20 anos de vida da empresa, de 1948 até 1968, eram bicilíndricos 4 tempos arrefecidos a ar, com comando OHC e duas válvulas por cilindro. E foi justamente um motor desses o escolhido para equipar uma moto que se tornou um estrondoso sucesso de vendas, com mais de 250 mil unidades produzidas em pouco mais de seis anos de produção: a Honda CB 350.
Os 36 cv de potência a 10.500 rpm e 2,5 kgf.m de torque máximo a 9.500 rpm do motor da CB 350 proporcionavam boa aceleração e velocidade máxima de 170 km/h, e tudo isso com excelente agilidade, favorecida pelo baixo peso a seco, de 150 kg. Todavia, sua qualidade mais apreciada era o conforto, favorecido pelo amplo banco, excelente ergonomia e boa ciclística, com chassi de berço simples desdobrado de aço, suspensão telescópica na dianteira e um par de amortecedores regulável atrás.
Mesmo antes da Honda inaugurar sua subsidiária no Brasil, em 1971, as CB 350 eram trazidas pelo importador da marca. As primeiras versões se caracterizavam pelo tanque bicolor – o branco estava sempre presente –, com borrachas na altura dos joelhos, e que entre os aficionados eram identificadas por códigos: K0 para a versão 1968, K1 a 1969, K2 a 1970, K3 a 1971, K4 a 1972 e a versão derradeira e mais desejada, a K5 de 1973 (esta das fotos!), que trazia uma importante inovação técnica: o freio a disco dianteiro em substituição ao freio a tambor.
A Honda CB 350 foi a mais vendida da série CB à época, e funcionou como modelo “porta de entrada” para o mundo das motocicletas de alta cilindrada da Honda. Suas contemporâneas CB 500 Four e CB 750 Four, com motores de quatro cilindros em linha, tinham performance que exigia pilotos mais experientes, justamente o que a Honda CB 350 oferecia a quem a escolhia como parceira na transição da pequena para a alta cilindrada.
Uma CB 350 é, hoje em dia, uma cobiçada peça de coleção. Mas a tecnologia aplicada surpreenderá quem por acaso tiver a sorte de pilotar um modelo bem conservado. A suavidade do motor impressiona, assim como a resposta ao acelerador em todas as faixas de rotação, que não é agressiva, mas não frustrará quem aprecia esportividade. Enfim, a Honda CB 350 é uma best-seller do passado que mereceu todos os elogios – e as boas vendas – em seu tempo, e que lançou as bases para o elevado padrão de suas sucessoras: a Honda CB 360 e as brasileiríssimas CB 400 e CB 450.
